domingo, maio 27, 2007

Perto

As coisas começam a tomar alguma forma. Quem me faz não ser é exatamente quem sempre tenta de algum modo me apresentar a face do mundo. É que o homem quer mais espaço que o seu corpo permite. E, numa dança imperialista, ele tenta me mostrar que ser é ser como ele. Eu sou aprendiz, ele o mestre. Se antes eu vagava sem rumo, agora vago sem rumo e despido. Despido de mim mesmo. Despido do que eu nunca soube ser. Mas as coisas começam a tomar alguma forma.
Porque eu já sei quem me despe.
Ainda sou interrogação no branco, só que vendo pontinhos coloridos ao longe. Perto.

quarta-feira, maio 16, 2007

Achava/m. Mas eu não nasci pra ser 'Newton'

Eis-me aqui, crescido. Peso morto crescido. E o que um dia eu tinha pra brilhar (um milésimo do brilho do Sir. Isaac Newton) morreu. Aliás, O meu brilho não morreu, porque não chegou sequer a nascer. O que um dia existiu em mim foi uma gestação; eu estava grávido de brilho. E me olhavam, perguntavam para quando era. Eu não sabia; não sabia que me habitava algo que não me é.
Foi aborto espontâneo. Perdi aquilo que nunca senti que nasceria. Ou, no fundo, sabia. Foi eu quem deu a nóticia de gravidez, eu quem esperei o nascimento do que eu seria. o nascimento PLIMP. Gestação sem pré-natal, sem acompanhamento. O brilho nasceria no momento PLIMP.
Nasceria.
E eu perdi todo o fim do que nunca começou.