Vagaroso, o sol aparecia
Por tantos dias ausente estive
Que o esplendor de teus raios
Não tocava mais a folha, a pétala, o meu olhar!
Era a treva
Pois me é cômoda; ela disfarça, esconde
Ela me pseudo-liberta, posto que me sensibiliza
Mas a luz me fragiliza
E aquele raio é dor
Mostra a verdade por detrás da face
Revela e desmorona a ilusão do dia seguinte
Não acalma;
Nem liberta;
É a beleza do ontem
E a ousadia do hoje
Mas na incerteza da manhã
Eu me refugio na lua;
Ela me dá asas
Como o que deixa uma sala de espera
como o que dá duas voltas na chave
A uma da manhã
Me faz temer,
Mas me dá certeza de que ainda res-pi-ro...
O raio da manhã
Do amanhã.